_Momentos_

Teus ombros suportam o mundo e ele não pesa mais que a mão de uma criança. As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios provam apenas que a vida prossegue e nem todos se libertaram ainda. Alguns, achando bárbaro o espetáculo prefeririam (os delicados) morrer. Chegou um tempo em que não adianta morrer. Chegou um tempo que a vida é uma ordem. A vida apenas, sem mistificação.... (Carlos Drummond de Andrade)

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quarta-feira, dezembro 23, 2009

É natal, tra lá lá

Adoro esta época!
Não vou ser hipócrita ao ponto de dizer que não gosto de receber presentes nesta altura. Gosto. Mas gosto mais de oferecer e ver a reacção das pessoas.
Gosto da minha familia. Muitas pessoas queixam-se que o natal é usado como desculpa para as pessoas fingirem que se dão bem e que gostam muito umas das outras.
Na minha família não se passa nada disso. Gostamos realmente muito uns dos outros e nem sempre estamos juntos porque o tempo não dá para tudo. Concordo que podia fazer-se mais (falo também por mim) para estarmos juntos com mais frequência. Mas não é por isso que sinto ou quero que os meus sintam que o amor é menor por isso.
Concordo também que é mais nesta altura que as pessoas pensam nos que não têm familia, uma casa para estar com os seus e uns presentes para desembrulhar e que não deveria ser assim. Mas a verdade é que somos muito egoístas. E são poucos, raros até, aqueles que se lembram dos que têm alguma carência mais do que uma vez por ano.
Não podemos fazer muito, mas o pouco que podemos significa muito para os que não têm.
Este ano gosto de pensar que fiz um pouco que significa alguma coisa para outras pessoas. Ajudei a UNICEF e o Banco Alimentar contra a Fome.
Não é muito, é certo, mas não me custou nada.
Por aqui me fico.
Um FELIZ NATAL a todos e uma boa entrada em 2010!
Muita saúde meus amigos, o resto é para conquistar!

quinta-feira, dezembro 10, 2009

O idoso da estação

Hoje, no percurso Entrecampos-Monte Abrãao, dei comigo a pensar numa manhã passada há já alguns anos.
Numa manhã, em que não parava de chover, tive de ir a Queluz, por motivos que agora não me recordo. No regresso a casa, sentei-me num banco, perto de um idoso, enquanto esperávamos o comboio.
A conversa entre nós surgiu naturalmente, começou por uma crítica ao mau tempo. Reparei que enquanto falava comigo o senhor continuava a olhar em frente como se a minha presença, naquela manhã, fosse apenas uma voz.
Depois de uma troca de palavras metereológicas o idoso passou a outro tema "Posso dizer-te um coisa sem que fiques triste?". Pensei alguns segundos, estava um pouco apreensiva com o que dali podia vir, mas respondi, finalmente, que sim, "Não quero que fiques triste, mas tens poucos amigos". Numa mistura de emoções pus-me a pensar nas minhas melhores amigas, da altura, contei-as e respondi "Tenho poucas mas boas amigas e isso é o mais importante", "As que pensas serem tuas amigas, não o são. Tens menos amigas do que pensas ter.".
Ainda surpreendida com as palavras perguntei-lhe como sabia isso e a resposta foi-me dada com um sorriso e com as seguintes palavras "Não quero que fiques triste. Vais ser muito feliz. Não contes o que te disse a ninguém.".
O comboio chegou e levantei-me sem saber se devia achar que o idoso era maluco ou vidente. A verdade é que as coisas que não se conseguem explicar, mas como o outro diz "que as há, há" sempre me suscitaram interesse.
Entrei no comboio e encostei-me à porta, virada para a rua. O idoso permaneceu sentado e mais uma vez não olhou para mim. Afinal, pensei eu, não estava à espera do comboio.
Durante todo o dia aquele estranho momento não me saiu da cabeça. No entanto, acabei por concluir que o senhor não devia estar bom da cabeça e por isso não devia dar importância ao que ele me acabara de dizer até porque as amizades que eu tinha eram para a vida toda.
Os meses passaram e algumas amigas que eram "melhores amigas" deixaram-no de o ser pelas mais estúpidas razões ou talvez porque apenas fosse preciso um pretexto para que tudo se evaporasse.
Tenho sido feliz, não me posso queixar. Fiz novas amigas, reciclei outras amizades que na altura não valorizei como devia e encontrei o amor. Não preciso de mais. Sinto-me completa.

terça-feira, dezembro 08, 2009

Mood

Tento canalizar o que sinto. Mas não sou de ferro e a pressão que a minha própria vida exerce sobre mim, para fazer algo, é demasiado pesada.
Procuro não mostrar. Não! A menina não mostra ao exterior as suas inseguranças e fraquezas. A menina é forte e as inseguranças poucas pessoas têm conhecimento que estão lá. Estão sempre lá, sem nunca precisarem de ser chamadas.
Mas a menina forte, que não mostra parte fraca, afinal também se desmorona.
As inseguranças, as fraquezas, as incertezas hoje vieram ao de cima.
Foram bloqueados alguns sonhos. Aliás eu própria tratei de os bloquear pela escolha precoce de um caminho que no seu final não me realizou.
Esta noite precisei de um abraço. Um abraço que precisei imaginar ter me sido dado para que as lágrimas secassem.